sexta-feira, 20 de setembro de 2013

O Ministério da CAP (Confederação dos Agricultores de Portugal)


Um dos ministérios que sofrem tradicionalmente maior contestação – e é transversal a qualquer governo – é o Ministério da Agricultura. Este cenário, porém, não se verifica neste governo, e a pergunta que se impõe é: porquê?

Podíamos ser – erradamente – tentados a pensar que a ministra era competente e o trabalho desenvolvido estava à altura das expectativas, mas infelizmente não é assim.

Uma das associações de agricultores mais contestatárias é a CAP. Mas desta vez temos tido um silêncio cúmplice da CAP. Porquê? Porque a CAP conseguiu colocar dirigentes seus nos principais organismos do Ministério da Agricultura, e assim sendo conseguiu dinheiro que outras associações não têm.

O mais repugnante é o silêncio dos jornalistas neste cenário sórdido e postura de total dependência de um ministério que devia ser isento em função dos interesses da CAP.

Mais um dado: nunca houve um ano com tantos incêndios e nunca houve um ano em que o Ministério da Agricultura se tenha preocupado tão pouco com a limpeza das matas. Infelizmente, enquanto em anos anteriores todos apontavam o dedo – justa ou injustamente – ao ministério, desta feita gerou-se um estranho pacto de silêncio. Ainda dizem que este governo não tem boa imprensa? Tem boa imprensa e tem uma CAP amordaçada à custa de lugares na administração do Estado e de subsídios.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

PJGate. Muito cuidado!



No estado de decadência moral em que o país vive, preocupam-me muitas coisas: a programação televisiva que temos, as condições cada vez mais precárias de ensino, os políticos que nos governam e os que fazem oposição. Mas há uma coisa que não tolero: é que qualquer polícia do Estado – ou pelo menos alguns dos seus membros – abuse do poder de que dispõe para fins políticos. É algo em que me recuso a acreditar que possa acontecer em democracia.

Digo que me recuso a acreditar, mas a verdade é que os rumores que tenho são cada vez mais fortes.
Como todos sabem, há um ex-inspector da PJ que é candidato a uma autarquia. Falta pouco mais de uma semana para as eleições e, tanto quanto se sabe, esse ex-inspector não vai ganhar.

Pois bem, numa lógica instrumental e de solidariedade corporativa, começa a ganhar corpo a ideia de que alguns ex-inspectores e outros ainda em funções se preparam, com a ajuda de um advogado, de nome Pragal Colaço, para manipular informação de forma a publicar no Correio da Manhã material susceptível de prejudicar o principal candidato à vitória em Oeiras.

Porquê o Correio da Manhã? Porque é o jornal onde o ex-inspector e candidato é comentador, onde o advogado Pragal Colaço melhor mexe influências e onde Carlos Anjos, inspector-chefe da PJ, também é comentador.

A confirmar-se esta informação, de tentativa de manipulação eleitoral por parte de elementos da polícia criminal do Estado, tudo fica em causa, e será necessária uma actuação sem precedentes da parte do Ministério Público.

Não está em causa o debate político, mas sim a tentativa de manipulação desse debate político por parte de uma facção de um órgão policial que não tem entre as suas competências ajudar ex-funcionários. A denúncia está feita, espero não ter de vir aqui dizer nos próximos dias: tinha razão!